terça-feira, 5 de julho de 2011

História da E.M.E.F. Carlos Paese


 A doação de um terreno de mil metros quadrados por Antonio e Silvina Paese foi fundamental para que houvesse a construção da Escola Rural Isolada de Linha Paese, em 14 de Fevereiro de 1968.
Certidão de aquisição do terreno da escola,confirmando a doação de  Antonio Paese1967.


Aquela área de 131,94 metros quadrados, no interior do município de Farroupilha, compunha-se de quatro salas de aula, secretaria, banheiros e cozinha.


Escola em 1968


Escola em 1982


Sua primeira diretora, Eunice Helena Casali, exerceu as responsabilidades administrativas e pedagógicas da escola entre 1968 e 1969. Em 1970, Marilena Flores ocupou a o cargo, sendo que neste ano, no dia vinte de setembro, teve a oportunidade de acompanhar a troca do nome da escola, realizada em uma reunião do Círculo de Pais e Mestres (CPM), onde o antigo nome foi substituído por Escola Rural Carlos José Paese, em homenagem ao seu patrono, que muito fez pela localidade, sendo esta também intitulada com o seu nome.  

No dia 28 de Fevereiro de 2011 a escola recebe o nome de Escola Estadual de Ensino Fundamental Carlos Paese, sendo que atualmente faz parte da Rede Municipal de Ensino. 




Alunos, professores, e diretoria atual em frente à escola, em reportagem jornalistica divulgada neste ano, na mudança da rede de ensino. 




Atualmente, a escola conta com cento e sete alunos e doze professores. O Ensino varia da Educação Infantil à Sétima série, estudando nos turnos da manhã e tarde. 


A Escola Carlos Paese, em Julho de 2011


Neste ano a escola passa por ampliações, com a construção de mais um bloco com cinco cômodos, dos quais deverá ter salas de aula, sala dos professores e biblioteca, além de cozinha e banheiros. 


Máquinas fazendo a limpeza do terreno onde a escola será ampliada




Construção do novo bloco em andamento


O pátio da escola passou por adaptações para atividades esportivas e de lazer, como a instalação de postes para rede de voleibol e jogo de espiribol, marcação da quadra de futebol e parque para as crianças. 
Pátio da Escola

Alunos brincando no parque. Ao fundo, máquinas na construção do novo bloco.

Visão geral do pátio da Escola





Diretores da Escola

Eis os diretores da Escola Carlos Paese, desde a sua construção até os dias atuais, com seu respectivo tempo de mandato:
  • 1968-1969 – Eunice Helena Casali
  • 1970 – Marilena Flores
  • 1971 – Lino Ambrósio Troes
  • 1972 – Sely Gomes
  • 1973-1975 – Ignez Maria Travi
  • Meados de 1975 – Juçara Quadros Guidali
  • 1976-1987 – Ignez Maria Travi
  • 1988-1997- Leda Maria Fabro
  • 1997-2001 – Anelise Thereza Fachin Schiochet
  • 2002-2003 – Nilve Maria Niquetti
  • 2004-2009 – Lisette Guarese Gasperin
  • 2009-Dias atuais – Carmen Regina Simionato 
Carmen Regina, a atual diretora da Escola Carlos Paese

Biografia de Carlos Paese


Carlos José Paese nasceu no ano de 1871, na cidade de Cremona, Itália. Era filho de Antônio e Teresa Lodi Paese. Imigrou para o Brasil no ano de 1880. Casou-se em 1893, com Páscoa Arcego, também nascida na Itália, na cidade de Veneza. O casal teve dez filhos.
Estabeleceu-se em Monte Bérico, localidade de Farroupilha, e posteriormente na Linha Paese, a qual leva o nome da tradicional família. Foi um cidadão de muito caráter e principalmente de muita bondade, ajudando muitas pessoas desprovidas de sorte.
Sua profissão era agricultor. Foi também fabriqueiro da Capela de Nossa Senhora de Monte Bérico, por dezesseis anos, sendo que seus serviços prestados à comunidade muito contribuíram para a melhoria da mesma.
Seus descendentes são a maioria dos que povoam a localidade de Linha Paese, dando exemplos de trabalho e progresso. Carlos José Paese faleceu no ano de 1940 contando sessenta e nove anos de idade. 

“O valor da ação não decorre do grau de importância em si mesma, mas do grau de presença, disponibilidade,doação e amor oferecidos”

A comunidade de Linha Paese pertencia a Desvio Blauth, uma localidade vizinha, e nela moravam trabalhadores da Viação Férrea, constituída por em média quinze famílias que trabalhavam na manutenção da ferrovia. Esta era de suma importância, pois os alimentos vinham de Montenegro, chegando a Desvio Blauth e Nova Sardenha. Também era dependente da ferrovia o comércio de tijolos e lenha, principais atividades econômicas da localidade.
Fortunato Paese, um dos filhos de Carlos, juntamente com seus irmãos, insatisfeitos pela difícil acessibilidade à Igreja, batalharam por ajuda dos municípios vizinhos para a construção de uma capela na comunidade. Conseguiram a ajuda do bispo D. José Baréa, de Caxias do Sul. A igreja foi construída em 1955. A Padroeira Santa Maria Goretti foi escolhida pelo bispo, por ser protetora das crianças e dos jovens.


A Capela Santa Maria Gorette, em 1984, com alunos da Escola Carlos Paese. Ao Fundo, lateral da Escola.



Os irmãos também construíram um galpão, uma escola, salão e campo de futebol, levando o nome da família por sua garra em vencer, pela dedicação, união, trabalho, fé, religiosidade e doação. 


A Capela Santa Maria Gorette em Julho de 2011. Uma das características atuais é a revitalização da Praça da comunidade, com pavimentação e paisagismo. Ao fundo, Ginásio da Comunidade de Linha Paese



A história nunca morre na memória dos que a viveram

Em 1981, na época da diretora Ignez Travi, uma das professoras que compunham o corpo docente da instituição dava aula a vinte alunos, entre meninos e meninas. Na época, a escola contava com mais ou menos 60 alunos e com três professores que davam aula no turno da manhã, lecionando até a quinta série.A professora conta que os alunos ganhavam merenda na escola, dava aula tendo como auxílios pedagógicos quadro negro e giz, e a disciplina de Educação Física era praticada no pátio da frente da escola, como também as brincadeiras de caçador e esconde-esconde.


Sala de aula em 1982

Ela fala que naquele ano estava sendo construída a rodovia Jacob Sebben, que passa na frente da escola, e o ônibus que transportava as crianças ficava preso no barro, tendo sempre que pedir ajuda para conseguir sair. O transporte era um problema para a época, pois também sempre atrasava e tinha poucos horários.

Depois que saiu da escola Carlos Paese, a professora começou a trabalhar em escolas na zona urbana, onde não só ela mas, em entrevista com a diretora atual da escola Carmen Regina, começaram a perceber diferenças entre as duas. A pacata escola do interior difere de escolas localizadas na zona urbana por diversos motivos:



Diferenças entre escolas rurais e urbanas



Escola Rural

Escola Urbana
Os alunos tem mais respeito
Não rebatem
São obedientes
São mais queridos e atenciosos
Vão para a aula porque gostam de estudar porque além de casa a escola é o único lugar onde eles vão 
As crianças são mais fáceis de lidar e dão mais atenção ao professor
Tem o apoio da comunidade e igreja
O CPM da escola é mais ativo
Os pais ajudam e comparecem em reuniões dos filhos e se preucupam se tem algum problema
Os alunos confrontam com o professor Estão sempre reclamando
Não tem ânimo
São mais rebeldes e revoltados
Não tem valores nem educação
A escola não é agradável para eles pois de importam menos em estudar
Alguns ficam mais tempo na rua sem fazer nada ganhando más  influências
Não levam o material solicitado
O apoio familiar e da comunidade na escola é menor
 dificultando a transmissão de conhecimento por parte dos professores